Além de tantos desafios, nos primeiros anos de vida de seu primeiro filho, veio uma descoberta inesperada: o autismo. Foi um choque, e começou um nova jornada, que ela tem trilhado com muita fé e louvor, o que faz dela mais incrível. Ela conta um pouquinho de sua história e seu relacionamento com o evangelho, mas quem quiser conhecer ainda mais, ela também tem seu blog - esposatpm - e tem muito conteúdo BOM sobre sua vida, o evangelho e outras coisas mais.
Pri, você é uma pessoa incrível: mulher valorosa e poderosa. Eu desejo sempre o melhor pra vc, e nessa nova etapa nos EUA, os alunos mal sabem o quão sortudos eles são por terem uma professora show como você. Realmente desejo todo o sucesso do mundo para você, e muitas bençãos por vir. Quem sabe, um dia, eu consigo te visitar na gringa. Um beijo enorme!
Chega de enrolar, aqui está o relato dela:
Demorei um certo tempo para escrever esse post. Faz
alguns meses que a Flávia me convidou para escrever sobre a maternidade na
visão de uma mãe de um filho autista. Eu enrolei e demorei porque relembrar o
diagnóstico e os primeiros momentos pós diagnóstico abrem uma ferida que ainda
não está 100% cicatrizada.
No meu blog pessoal eu escrevi sobre como eu descobri o
autismo do Eric e escrevo também uma carta a mãe de um autista, que podem ser
encontradas nos links a seguir:
Depois de muito refletir, resolvi escrever sobre isso na
perspectiva de uma mãe SUD e como o evangelho me ajuda nesse processo:
Toda mãe SUD ao pegar o filho homem nos braços
automaticamente pensa: meu futuro missionário. Meu futuro líder. Então vocês
podem imaginar o que eu senti quando me foi dado o diagnóstico.O futuro missionário morreu ali e esse novo menino que eu
tinha em minha vida seria o que? Essa incerteza, em um primeiro momento, foi
devastadora.
Procurando conforto no templo, eu ouvi o Senhor dizendo
claramente a mim que “um dia você vai conhecer a real natureza do espírito do
Eric e o fato desse espírito nobre ter escolhido VOCÊ para ser sua mãe é uma
honra a sua posteridade e a todas as suas gerações”.
O Senhor me ensinou ali que o que eu tinha nas mãos não
era “não-mais-missionário”, me lembrou que seu espírito em minha família me
honra e essa é a lembrança que me faz me erguer em momentos de “inveja”, sim
porque é impossível não ver um menino da idade dele conversando, brincando e
interagindo e não pensar uma vez ou outra momento “é assim que meu filho
deveria ser”.
O Eric fará 6 anos em breve e ele realmente é especial. O
Eric é um menino autista de alta funcionalidade. Isso significa que ele está
ÓTIMO pois ele fala (a seu modo), aprende, freqüenta escola, olha nos olhos,
interage (a seu modo), brinca, tem imaginação, abraça, beija, faz mãnha, é
teimoso e briga e quem vê de fora não diz que ele é autista.
A verdade é que cada passo da vida do Eric foi
acompanhado de jejum, oração e bênçãos do sacerdócio. E cada vez que as coisas
estão difíceis eu sei que se eu pedir ajuda do Senhor Ele vai me responder com inspiração. SEMPRE!
Também sei que minha paciência está diretamente ligada a
leitura das escrituras. Não porque o Senhor me “amaldiçoa” por não ler, mas é
que o Espírito Santo me fortalece quando eu cumpro esse mandamento.
Cada avanço do Eric foi lento e gradual e cada benção
veio em resposta de um jejum.
Eu costumo dizer que o Eric veio a Terra para me
aprimorar em meus piores defeitos: ansiedade e falta de paciência (uma ligada a
outra certo?). É simplesmente inútil não ser paciente com uma criança
autista, porque ficar nervoso não resolve. É inútil ser ansioso porque não tem
como prever o que será do futuro dele, mas uma coisa eu garanto: ele me
surpreende a cada dia.
Eu tento todos os dias lembrar disso, que eu tenho que
ser grata, por cada avanço, por cada palavra e abraço e por ele ter me
escolhido para viver essa incrível jornada terrena.
E um dia esse espírito nobre, guardando em uma mente pura
e incorruptível vai se mostrar a mim e nesse dia eu vou poder agradecer ainda
mais por ele ser meu e por ele ter me levado mais perto de Cristo, me
purificando, me fortalecendo, me lapidando, me ensinando...
SOU GRATA POR TER UM FILHO AUTISTA!
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