quinta-feira, 19 de maio de 2016

O Papel da Mulher e a Igualdade de Gêneros


Atualmente, ao mesmo tempo que, nós mulheres, recebemos mais direitos, oportunidades e bênçãos, também ganhamos mais desafios, mais responsabilidades e mais fardos sobre nossos ombros, afinal, quantas de nós não precisam dar conta casa, família, trabalho, responsabilidades – e ainda nossos chamados na Igreja?

Imagem: Freepik
E não me refiro apenas às casadas com filhos: há muitas solteiras que assumem a liderança da casa por doença ou problemas dos pais; há viúvas e avós que ajudam e cuidam não apenas seus filhos, mas de sobrinhos e netos diariamente ao invés de curtir a fase pós criação – e muitas ainda também trabalham fora; há esposas que não engravidaram, muito desejaram, buscam essa oportunidade, também trabalham incansavelmente e suas profissões ao longo do dia, e ainda assim fazem projetos de serviço, assumem responsabilidades de outros familiares, e por aí vai... a grande maioria das mulheres que conheço, especialmente dentro de evangelho, tem sido batalhadoras: o mundo hoje não dá trégua pra ninguém.

E por isso, me leva a pensar que tipo de igualdade vivemos. Eu ainda vejo muita desigualdade dentro de todos os diretos e oportunidades que o mundo já oferece, me dá uma falsa impressão de que: termos o direto à realizar determinadas coisas é muito bom e uma conquista, mas quando você vive essas situações na rotina diária, percebe que a carga é enorme, e que a felicidade e a “liberdade” não estão tão ligadas à isso.

Felizmente, quanto mais eu estudo sobre o papel da mulher dentro do plano de salvação e do evangelho, percebo a igualdade que Deus – em sua perfeição – proporciona à todos os seus filhos. E reconheci que essa igualdade não vem de executar exatamente as mesmas tarefas, e sim de entender o papel que cada gênero – homem e mulher – possui, afinal, fomos criados diferentes, e por assim ser, há papeis e características que são da natureza da de cada um. A mulher, por exemplo, costuma lidar melhor no trato com crianças (e digo por experiência própria, mesmo que você ache que não, mas lá no fundo todas nós temos um instinto materno, mesmo quando ainda não somos mães, e também não estou dizendo que os homens não são bons, mas o instinto feminino é maior). Os homens são melhor com o fato de não se importar tanto com pequenos problemas e desavenças, e assim lidarem melhor com stress e pressões da vida profissional e familiar. Já viram como eles conseguem deixar as “bobagens” de lado, enquanto às vezes fazemos uma tempestade em copo d’água pela mesma questão? Não digo que não existem exceções, mas a nossa natureza é assim, eu realmente enxergo isso na maioria.

Considerando as diferenças de características e propósitos, os papeis que aprendemos no evangelho poderiam ser simples de compreender. Mas, os questionamentos dentro do evangelho existem, com alguns pontos que vocês devem saber e conhecer, como:

- As mulheres não podem receber o sacerdócio;
- As mulheres não assumem chamados de liderança na Igreja, como designações de bispado, presidência de estaca, e mesmo setenta, patriarca, apóstolos e como profetas.
- As mulheres são incentivadas à ficar em casa com os filhos, e tem basicamente esta opção, enquanto os homens podem escolher profissões e atividades diferentes e se desenvolverem de maneiras diversas.

E vocês podem citar outras mais provavelmente.

Eu enxergo isso de maneira diferente, afinal, porque precisamos tanto fazer a mesma coisa que os homens, se nosso papel e natureza são diferentes que os deles? Não estou dizendo que é para permitir submissão, aguentar o que mandarem (até porque já sabemos que um homem deve presidir organizações e suas famílias com amor e retidão, bons homens não saem mandado), e nem pra jogar pro alto direitos já conquistados pelas mulheres, nada disso. Mas, quando conhecemos, exercemos e entendemos o papel que Deus designou às mulheres, encontramos alegria e muito amor, nesta jornada. Se duvida, faça o teste, você pode se surpreender, como eu me surpreendi.

Eu estava com um grande foco em minha adolescência e início da idade adulta APENAS na carreira profissional, mas hoje, entendo que há tempo para tudo, e que meu tempo é melhor gasto dedicando mais atenção na família. Não deixo também de ter uma profissão, trabalho em meu próprio negócio, me organizo e divido o tempo para isso, mas não é agora a parte mais importante da minha vida.

Não devemos esquecer também que as obrigações masculinas também exigem fardos pesados. Como um pai se sente em relação à sua família quando passa dificuldades financeiras? E longe de mim querer ter um cargo como de bispo ou de autoridade geral como os homens podem ser chamados: acredito que as esposas destes homens devem entender melhor o quão difícil é ver seu marido chegar preocupado, cansado e abatido devido a quantidade de questões complicadas para serem resolvidas.

Homens e mulheres são diferentes. Ambos passam por provações e problemas, cada um dentro de sua realidade. Não temos que competir, mas colaborar uns com os outros, e aliviar os fardos uns dos outros, sejam nossos esposos, pais, amigos ou mesmo desconhecidos.

Acima de tudo: somos todos iguais diante de Deus, e isso é o ideal para todos, não é?


O que a igualdade significa para você?

sábado, 7 de maio de 2016

O valor da maternidade

Neste dia tão especial, não tem como sentir alegria ao falar de algo tão nobre, a maternidade. Como fui chamada para discursar sobre esse tema neste domingo, compartilho com vocês a minha mensagem desejando um FELIZ DIA DAS MÃES para todas nós!



Vocês já pensaram em como definir o que é ser uma mãe? No Guia de Estudos das Escrituras, temos a seguinte definição:

Título sagrado concedido à mulher que dá à luz ou adota filhos. As mães auxiliam Deus em seu plano de prover corpos mortais para os filhos espirituais do Pai Celestial. 

Ser mãe é algo sagrado e divino, e não é apenas dar a luz, mas ser realmente mãe é algo muito maior. 


O Élder Holland menciona que "Não são apenas os nove meses da gestação, mas, sim, uma vida inteira de carinhosa atenção que torna a maternidade um feito tão impressionante". 

Na última conferência geral, a conselheira geral da organização das moças - Neill F. Marriot - mencionou que "As mães literalmente abrem um espaço em seu corpo para nutrir um bebê que ainda está por nascer e, espera-se que abram um lugar em seu coração enquanto o criam; mas nutrir não está limitado a gerar filhos. Eva foi chamada de “mãe” antes de ter filhos.4 Acredito que “ser mãe” significa “dar vida”. Pensem nas diversas maneiras pelas quais vocês dão vida. Pode significar dar vida emocional para os desesperançosos ou vida espiritual para os céticos. Com a ajuda do Espírito Santo, podemos criar um lugar de cura emocional para os discriminados, os rejeitados e os desconhecidos. Edificamos o reino de Deus por meio dessas maneiras ternas, porém poderosas. Irmãs, todas nós viemos à Terra com essas caraterísticas maternas e com o dom de dar vida e de nutrir, pois esse é o plano de Deus.

Uma mãe pode exercer uma influência duradoura para toda a vida, com suas palavras, exemplo e ações. O Élder  mencionou que "Em todos os casos, uma mãe pode exercer uma influência que nenhuma outra pessoa em nenhum relacionamento pode igualar. Pelo poder de seu exemplo e de seus ensinamentos, seus filhos aprendem a respeitar as mulheres e a incorporar disciplina e elevados padrões morais na própria vida. Suas filhas aprendem a cultivar a própria virtude e a defender o que é certo, vez após vez, mesmo que isso não seja popular. O amor e as elevadas expectativas de uma mãe levam os filhos a agir com responsabilidade e sem desculpas, a levar a sério a formação educacional e o desenvolvimento pessoal, e a fazer contribuições contínuas para o bem-estar de todos a seu redor". 

Considerando então que a maternidade tem uma importância imensa no plano de Deus, entende-se também que faz todo sentido Satanás desejar que às mulheres - e homens - não compreendam o significado da maternidade para o mundo, e ele usa muitas formas para fazer isso. 

Há mulheres que acreditam não ter o dom da maternidade, de não se dar bem com crianças e jovens e por isso não se acham aptas para isso. Outras prioridades como estudos e carreira são muito mais valorizadas do que ser mãe. 

Por outro lado, muitas que já são mães sentem-se incapazes de exercer sua função e de não estarem a altura deste chamado. As comparações então são constantes: 

* Mãe que tem parto normal é melhor que cesárea. 
* Por que não amamentou? 
* Se trabalha fora não dá atenção devida aos filhos. 
* Se fica em casa com os filhos está perdendo tempo assistindo TV, porque quem fica em casa não faz nada. 
* Porque o filho de uma é mais educado e inteligente do que o de outra".

E a lista é enorme, e precisamos dizer NÃO para tudo o que o mundo prega contra este papel divino! Se pararmos para pensar, no fundo, não são todos estes meios de o inimigo desvalorizar algo tão sublime que é a maternidade?

Eu mesma tive algumas destas opiniões. Quando eu era jovem, sempre desejei me casar no templo com um bom homem, mas não deseja ter filhos por considerar os estudos e a carreira maiores. Considerava a maternidade realmente maravilhosa, mas para as outras mulheres. Lembro-me de não opinar muito sobre o assunto em aula das moças porque sabia que, se eu falasse que não deseja ter filhos, as líderes tentariam me fazer mudar de ideia. Eu dizia que teria filhos porque, afinal de contas, era um mandamento. Mas no meu coração, não tinha o desejo. Deus, como sempre, em sua sabedoria, me aconselhou pessoalmente em minha benção patriarcal de que a maternidade tem o maior valor nos céus, e que no devido tempo, eu deveria fazer disto uma prioridade.

Os anos passaram, eu me casei e depois de algum tempo, meu marido falou de termos nosso primeiro filho. Eu ainda não estava muito convencida de ser o momento, pois entre trabalho, estudos, chamados e outros afazeres, não via como conciliar a rotina que tínhamos com um bebê. Porém, depois de uma amiga próxima ganhar seu bebê, observei que, ela também fazia todas estas coisas, tinha uma criança linda, e era muito feliz. Nesse momento algo mudou e eu disse, "Ok" podemos dar um jeito.

Mas o Pai Celestial sabia que eu precisava realmente querer. Nesse meio tempo, tivemos altos e baixos em 2 gestações que não foram em frente. E especialmente a partir da segunda vez, surgiu algo dentro de mim dizendo que eu realmente queria ser mãe, e desejava por aquilo de coração. Desejava tanto que ficava até com raiva (que eu sabia que não devia, mas parecia algo mais forte do que eu) de amigas que engravidavam, porque eu queria muito também. Enfim, o momento certo chegou, o Pai Celestial nos deu a benção de criar um de seus filhos aqui na terra. Tenho muito o que aprender, mas até hoje duas coisas são bem marcantes: de que o tempo de Deus é o tempo certo para todas as mães e todas as coisas; e que a maternidade nos torna pessoas melhores: mais compreensivas com outras mães, menos egoístas, mais amorosas... ela nos transforma.

Tive um ex colega de trabalho que disse não desejar ter filhos porque o mundo já está tão ruim que não gostaria de colocar uma criança para viver em um lugar como esse. Existem muitos motivos para ter uma opinião diferente, mas o primeiro deles que penso hoje é: e se ser mãe fizer de você uma pessoa muito melhor do que você é hoje? 

A maternidade não é fácil. Filhos decepcionam suas mães constantemente de maneiras diversas. Há filhos que saem de casa e nunca retornam, que se desviam de bons caminhos, que constantemente usam palavras rudes e grosseiras em casa, fazem muitas coisas que trazem lágrimas às mães. Ainda assim, a verdadeira mãe não o abandona, porque seu amor é divino, é tão forte que ela supera todas estas coisas.

O Élder Holland citou uma jovem mãe que disse: “Como um ser humano pode amar tão profundamente um filho a ponto de dispor-se a abdicar de grande parte de sua liberdade em favor dele? Como pode um amor mortal ser tão forte a ponto de voluntariamente sujeitarmo-nos a responsabilidades, vulnerabilidade, ansiedade e sofrimento, e persistir em fazê-lo continuamente? Que tipo de amor mortal pode fazer com que sintamos, após ter um filho, que a vida jamais voltará a ser só nossa novamente? O amor materno tem que ser divino. Não existe outra explicação. O que as mães fazem é um elemento essencial do trabalho de Cristo".

Vamos pensar por 1 minuto como seria sua vida se não houvesse uma mulher que não exercesse o papel de mãe em sua vida. Não precisa necessariamente ser a mãe biológica, mas alguém que tenha feito o que uma verdadeira faria. 

* Você receberia a educação que teve? 
* Um carinho, um agrado, uma cantiga de ninar ou uma comida favorita em um dia qualquer? 
* Alguém que tenha levado ao médico, passado dias e noites em claro ou vigilante pelo seu bem estar físico e emocional? 
* Que comemorava conquistas na escola, esportes ou outras atividades? 
* Que tenha consolado na hora de ser contrariado na escola, no término de um namoro, ou em uma demissão? 
* E quem sempre esteve presente nas horas mais importantes e decisivas de sua vida?

Tenho uma gratidão enorme por ter conhecido e ainda conhecer exemplos de mulheres incríveis que são mães. De nossa ala ter mães maravilhosas que influenciam a mim, aos seus filhos e à muitos ao nosso redor. E claro, por minha mãe. Ela não é perfeita, afinal nenhum de nós é, mas ela tem muito mais qualidades, nunca me deixou na mão e faz coisas incríveis. 

Também sou grata por ter uma mãe celestial, que podemos não saber tanto sobre ela, mas tenho certeza que nos ama e zela por nós, e deseja que sejamos vitoriosas nessa jornada mortal. 

Encerro com uma última frase do Élder Holland de que "Nenhum amor na mortalidade se aproxima mais do puro amor de Jesus Cristo do que o abnegado amor que uma mãe dedicada tem por seu filho".

Um Feliz Dia das Mães!!!!