quarta-feira, 17 de junho de 2015

Sobre Família SUD, Fé, Liberdade e Tolerância Religiosa, e Familiares com crenças e opiniões diferentes

Tenho ultimamente pensado MUITO nestes tópicos que dão título ao post, e então, decidi escrever algo a respeito. Espero que seja o mais respeitoso para todos os que lerem, pois de fato é a intenção, mas ao mesmo tempo, deixar um pouco do que sinto e penso sobre o assunto. Sem polêmicas (apesar da possibilidade de acontecerem).

Vemos que o mundo está realmente de pernas pro ar. A cada noticiário, leio reportagens que beira ao absurdo, mas cada vez mais se tornam realidade: violência e morte por causa de ideias, opiniões e situações mesmo banais. Nas redes sociais então, é uma festa de agressões verbais e críticas nada construtivas: contra seitas, pessoas, ideias, e claro: religiões, incluindo a nossa. Mas de certa forma, isso não é novidade, afinal, desde que o mundo é mundo, isso acontece, não? Quantas guerras e opressões já não estudamos na escola e na história do mundo devido a essas diferenças?

Eu sou a favor da liberdade de opinião e expressão, e da liberdade religiosa. E isso também faz parte, sim, das doutrinas básicas de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias a qual sigo, encontrada na 11a Regra de Fé:

"Pretendemos o privilégio de adorar a Deus Todo-Poderoso de acordo com os ditames de nossa própria consciência; e concedemos a todos os homens o mesmo privilégio, deixando-os adorar como, onde ou o que desejarem".

Dessa forma, cada um acredita, adora (ou não) o que achar melhor, sem que ninguém seja obrigado a seguir algo. Infelizmente, nem em todo mundo isso acontece, afinal ainda há governos e grupos que obrigam outros a seguir o que eles desejam. Por estes, eu apenas espero que, um dia, isso seja mudado e que todos tenham a mesma oportunidade de seguir e adorar o quê e como desejarem,

Porém, na minha vida e acredito que na realidade da maioria dos que acompanham esta página, podemos escolher o que seguir. Fui educada dentro de um lar SUD, onde na minha infância e parte da adolescência, fui levada a Igreja. Posso dizer que fui "forçada" algumas vezes à ir, assim como fui forçada à ir no mercado, na escola, na casa de um tio, afinal, filhos nessa primeira fase da vida acompanham seus pais, certo? Em um determinado momento de minha vida, chegou o momento onde já tinha alguma maturidade para tomar decisões mais sérias sozinha e não precisava acompanhar meus pais o tempo todo. Eles deixaram seguir meu caminho, e por opção, depois de pesquisar, estudar, pensar, ponderar e buscar minhas próprias respostas - recebê-las e senti-las - decidi continuar como membro "SUD" ativo. Muitos acham que uma religião impõe muitas restrições em nossa vida. Eu penso ao contrário, ela me traz liberdade de tantas maneiras... mas cada um com sua opinião, eis a liberdade de pensamento, expressão e religião.



Mas, convenhamos que nem sempre o que a liberdade de opinião causa agrada. Pelo contrário, machuca. Ouvir críticas muitas vezes tão severas sobre algo que acreditamos machuca. Se ler algum artigo ou opinião de alguém desconhecido já incomoda, imagina então quando vem de alguém próximo ou de um familiar que convivemos por tanto tempo. Não é fácil, mas em tempos atuais e com a facilidade de expressar opiniões com a internet, dificilmente alguém vai passar ileso.

No meu pensamento, ok se uma pessoa não quer seguir ou discorda totalmente com uma ideia ou de uma crença religiosa. Mais uma vez, cada um adora e segue o que quer mas, quando esta pessoa critica o que você acredita, parece provocação, parece que a pessoa quer até mesmo magoar você. Depois de um tempo, ela deve dizer que não, mas... já magoou ou faltou o respeito de alguma forma.

Há uma linha muito fina entre o respeito e o desrespeito, e não me incomoda uma pessoa agir ou acreditar em algo totalmente contrário, mas sim quando a pessoa que pede respeito pelo que vive desrespeita totalmente o outro. Isso é o que realmente me entristece. E acho que isso está muito longe de mudar.

Tenho meu próprio exemplo pessoal. Eu e minha mãe temos muitas opiniões diferentes. Já tivemos discussões grandes em casa, e já cheguei ao ponto de fazer algumas reclamações dela para amigos. Mas, ela tem tantas qualidades mais e tenho um amor tão grande por ela que percebi que eu estava errada e parei com isso, pelo respeito que ela merece.

Tem um exemplo mais simples: sempre tive horário pra chegar em casa. A maior parte de meus amigos na adolescência não tinha e como ficávamos (eu e meus irmãos) indignados. Mas, a casa era dos meus pais, eles faziam tanto por mim e devia isso à eles. Assim foi até o dia de casar e sair de casa. 1 dia antes do casamento, eu saí para uma despedida de solteira entre amigas. Foi ótimo, mas sim, tive horário pra voltar. E voltei dentro do combinado. O respeito aos meus pais será eterno, eu realmente devo muito do que me tornei à eles, magoá-los não deve ser uma opção.

Realmente acredito que o problema jamais será ter opiniões diferentes, mas de querer espalhar isso e provocar reações desnecessárias. De minha família, guardo para mim as divergências (ou no máximo entre nós), tento apenas compartilhar o que faz bem. Este respeito e a tolerância com as diferença é o que gostaria que acontecesse ao nosso redor, especialmente com aqueles que dizemos que mais amamos.

Por outro lado, como mãe, penso que vai chegar o momento do desafio: onde os filhos vão questionar, brigar e mesmo desrespeitar. Temos que nos preparar, temos que enfrentar. Mas, temos que tentar evitar que as discussões e o desrespeito venham de nós. Isso exige paciência -MUITA - exige coragem, e pra mim, muita fé. E mesmo que tantas divergências aconteçam, nosso amor aos filhos é incondicional e nossas ações sempre serão pelo bem deles. É claro que vou ensinar o que acredito, levá-los à Igreja, à escola, e por aí vai, sempre pelo seu bem e pelo que acreditamos ser o melhor. Quando a maturidade chegar, espero então que meus filhos ponderem e considerem tudo o que foi ensinado para tomarem suas próprias decisões. E deixá-los seguir suas vidas, mas sempre irei amá-los.

E claro que este amor também é aplicável à outros familiares: tios, irmãos, e aqueles que temos grande consideração. Dessa forma, eles precisam ver que os respeitamos também, independente de suas escolhas, acho que isso não nos permite criticá-los, especialmente em público e na internet.

A família é especial, mantê-la unida é um desafio, mas também um privilégio. Eu vou tentar, da melhor maneira que eu puder!

Nenhum comentário:

Postar um comentário