domingo, 22 de março de 2015

Cozinhar antes e depois da maternidade

Eu AMO comer. Acho que quase todo mundo gosta tanto quanto eu, mas sou daquelas que gosta de conhecer lugares novos para provar, restaurantes diferentes e curtir a gastronomia. Concordem comigo que a maior parte de reuniões entre amigos e família envolve comida. Ou vocês saem para jantar, ou convida os amigos para comer na sua casa, coisas assim.

Mas, nunca era eu a responsável pela comida. E nem fazia questão. Quando morava com meus pais eu era aquela que ajudava pouco no almoço e ficava mais com o depois: secar a louça ou organizar a mesa. Depois de casada, almocei sempre no refeitório do trabalho, e de noite recorria para lanches rápidos como sanduíches, pão fresco, sopas prontas; ou o maridão fazia algo bacana (tenho a grande felicidade de ter um marido que sabe e ama cozinhar - só é ruim a parte do... como é que eu vou fazer algo bem legal pra ele, se ele faz 1000 vezes melhor que eu, e por isso nem arriscava); ou claro: saímos comer pela cidade. Pra vocês terem uma noção: cozinhei feijão pela primeira vez aqui depois de 5 anos de casada (sim, acreditem).

Eu e a cozinha nunca fomos as melhores amigas... até que fui, digamos assim, forçada a me dar melhor com ela naquele momento que seu filho completa 6 meses e a pediatra fala que ele que chegou a hora dele comer. E como melhor mãe que a gente tenta ser, encarei o fogão, coisas que fazia apenas eventualmente com receitas ultra básicas. Confesso que me senti quase desesperada com a missão de cozinhar.

O bom pelo menos é que crianças começam também comendo o básico do básico, e junto com o Mateus, eu comecei do primeiro passo. Começamos com as papinhas de legumes cozidos só de amassar o garfo... aí veio a carne moída, frango desfiado... errei algumas vezes, esquecia a panela em fogo alto, a água secava e metade das coisas queimavam – temperei menos ou mais, a mistura não deu certo; mas, comecei a pegar o jeito, fui aprendendo e me aprimorando, buscando ideias e receitas, e desde então 1 ano se passou.

Foto em uma aula de gastronomia, a única que fiz na vida, por sorte!

No momento, faço algumas (nem todas né) receitas que minha mãe fazia para mim e fica bom. Cozinho feijão pelo menos a cada 15 dias. Faço pequenos testes do que acho interessante para eu e o Mateus almoçarmos, já que o marido come no trabalho, e eu aproveito na maioria dos dias para fazer algo que nesta fase seja bom para os dois, mas de noite ainda dá ânimo de inventar às vezes algo que seja bom para os 3. Já recebi elogios pelo que fiz do marido, e até da minha mãe, que me disse que meu molho bolonhesa estava muito gostoso. Para mim, estive no céu por alguns instantes, hahaha. E o Mateus come sempre minha comidinha, o feijão ele “se lambuza” de tanto que gosta.

Sabe o que posso dizer de mim? Que seu eu não tivesse me tornado mãe eu NUNCA estaria fazendo o que faço hoje na cozinha. Descobri que não apenas fazer, mas cozinhar é legal, e praticando e testando receitas e ideias, vamos montando o nosso cardápio do nosso jeitinho. Quem sabe meus filhos digam um dia “aquele risoto da mãe é melhor, ninguém faz igual”. E o que começou como uma obrigação me deixou mais segura para inventar, buscar receitas novas e tentar, pois a experiência nos dá base para seguir em frente. E assim faço coisas novas pra família toda, pra levar na igreja, enfim... me deixa feliz.

Por fim, ainda que as coisas corram bem, eu precisei de tempo e ajuda, e recorri à algumas alternativas para melhorar e conseguir começar e continuar. Por isso, vão algumas dicas que me ajudam até hoje na jornada de se alimentar de forma saudável e gostosa dentro de casa:

  1. O google responde mesmo o óbvio: eu tive dúvidas, e ainda tenho, de coisas muito básicas, que dá até vergonha de perguntar pra alguém. Aí vale a internet como sempre para dar aquela ajudinha básica, busque exatamente a pergunta que você tem que a chance de encontrar a resposta é alta!
  2. Observe os outros: quando vou na casa da minha mãe, sogra ou outro amigo ou familiar que esteja cozinhando algo que me interesse, eu aproveito para olhar bem e perguntar como fazer. Não deixe passar a oportunidade se é algo que você adora e pode querer fazer um dia.
  3. Leia livros e assista programas culinários: eu tenho alguns livros de receitas que já fiz receitas testadas que deram certo, outras nem tanto, mas é legal pra se inspirar. Tem algumas receitas onde aparentemente os ingredientes parecem estranhos juntos, mas a combinação dá certo, e depois que você faz a primeira vez que dá, você tem mais vontade de fazer mais testes. Só que essas ideias veem só quando você busca, eu pelo menos não estou em um nível de inventar misturas que deem certo. Não vou ganhar nada por isso hein, mas, gosto bastante do programa cozinha prática, do canal GNT, apresentado pela Rita Lobo, especialmente os programas onde ela pega um alimento super básico, como arroz e milho, e reproduz receitas bem bacanas.
  4. Aprenda a congelar e deixar sua vida mais prática: por mais que eu tenha melhorado e apreciado mais a cozinha, não sou daquelas que quer cozinhar todo o dia, longe disso! Então eu ainda busco muita praticidade, e o congelador é meu melhor aliado. Para o Mateus, hoje faço poucas papinhas, mas sim comida mesmo, e mesmo elas eu faço uma porção normal e congelo potes para ele, e fica pra usar quando ficaremos um período maior fora de casa, assim como nos dias em que decido não cozinhar. Eu também gosto de congelar temperos, por exemplo, picar cebola não é a tarefa que eu (e nem ninguém mais gosta de fazer) por isso, comprei uma forma de gelo só para cebola moída para refogar, e tiro o proporcional que vou usar, durando de 15-30 dias e assim pico a cebola 1-2x no mês. Também uso temperos desidratados... eu sei que mais fresquinho é melhor, mas já usei cheiro verde, manjericão e outras ervas que ficaram muito bem na comida. Tem muitas outras boas dicas, mas aí fica pra vocês pesquisarem na internet.  
Espero que tudo seja útil para quem, como eu não tinha essa vontade de toda de cozinhar, e agora... hora de ir, tá dando fome!

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