terça-feira, 7 de julho de 2015

"Ser sua mãe é uma honra a sua posteridade e a todas as suas gerações” - Por Priscila Rebicki Prestes

Hoje temos uma história de arrasar neste início de semana no blog. A Pri é uma amiga guerreira e que é um show de exemplo e de pessoa. Sempre foi uma líder animada e querida (tenho um carinho enorme por ela especialmente em meu tempo de moças), fez missão, se formou, se casou e se mudou para Irati - cidade do marido - onde até enfrentou enchente em casa, e lá os dois foram todos os chamados possíveis, pois a Igreja estava iniciando em um pequeno ramo. Enfrentou o desafio de estar longe de sua família, e lá nasceram 2 filhos lindos, que ela cuida com muito amor, além de continuar a trabalhar como professora - e que agora será internacional, por um esforço dela, totalmente merecido.

Além de tantos desafios, nos primeiros anos de vida de seu primeiro filho, veio uma descoberta inesperada: o autismo. Foi um choque, e começou um nova jornada, que ela tem trilhado com muita fé e louvor, o que faz dela mais incrível. Ela conta um pouquinho de sua história e seu relacionamento com o evangelho, mas quem quiser conhecer ainda mais, ela também tem seu blog - esposatpm - e tem muito conteúdo BOM sobre sua vida, o evangelho e outras coisas mais.

Pri, você é uma pessoa incrível: mulher valorosa e poderosa. Eu desejo sempre o melhor pra vc, e nessa nova etapa nos EUA, os alunos mal sabem o quão sortudos eles são por terem uma professora show como você. Realmente desejo todo o sucesso do mundo para você, e muitas bençãos por vir. Quem sabe, um dia, eu consigo te visitar na gringa. Um beijo enorme!

Chega de enrolar, aqui está o relato dela:

Demorei um certo tempo para escrever esse post. Faz alguns meses que a Flávia me convidou para escrever sobre a maternidade na visão de uma mãe de um filho autista. Eu enrolei e demorei porque relembrar o diagnóstico e os primeiros momentos pós diagnóstico abrem uma ferida que ainda não está 100% cicatrizada.

No meu blog pessoal eu escrevi sobre como eu descobri o autismo do Eric e escrevo também uma carta a mãe de um autista, que podem ser encontradas nos links a seguir:


Depois de muito refletir, resolvi escrever sobre isso na perspectiva de uma mãe SUD e como o evangelho me ajuda nesse processo:

Toda mãe SUD ao pegar o filho homem nos braços automaticamente pensa: meu futuro missionário. Meu futuro líder. Então vocês podem imaginar o que eu senti quando me foi dado o diagnóstico.O futuro missionário morreu ali e esse novo menino que eu tinha em minha vida seria o que? Essa incerteza, em um primeiro momento, foi devastadora.
Procurando conforto no templo, eu ouvi o Senhor dizendo claramente a mim que “um dia você vai conhecer a real natureza do espírito do Eric e o fato desse espírito nobre ter escolhido VOCÊ para ser sua mãe é uma honra a sua posteridade e a todas as suas gerações”.



O Senhor me ensinou ali que o que eu tinha nas mãos não era “não-mais-missionário”, me lembrou que seu espírito em minha família me honra e essa é a lembrança que me faz me erguer em momentos de “inveja”, sim porque é impossível não ver um menino da idade dele conversando, brincando e interagindo e não pensar uma vez ou outra momento “é assim que meu filho deveria ser”.

O Eric fará 6 anos em breve e ele realmente é especial. O Eric é um menino autista de alta funcionalidade. Isso significa que ele está ÓTIMO pois ele fala (a seu modo), aprende, freqüenta escola, olha nos olhos, interage (a seu modo), brinca, tem imaginação, abraça, beija, faz mãnha, é teimoso e briga e quem vê de fora não diz que ele é autista.

A verdade é que cada passo da vida do Eric foi acompanhado de jejum, oração e bênçãos do sacerdócio. E cada vez que as coisas estão difíceis eu sei que se eu pedir ajuda do Senhor  Ele vai me responder com inspiração. SEMPRE!

Também sei que minha paciência está diretamente ligada a leitura das escrituras. Não porque o Senhor me “amaldiçoa” por não ler, mas é que o Espírito Santo me fortalece quando eu cumpro esse mandamento.

Cada avanço do Eric foi lento e gradual e cada benção veio em resposta de um jejum.
Eu costumo dizer que o Eric veio a Terra para me aprimorar em meus piores defeitos: ansiedade e falta de paciência (uma ligada a outra certo?). É simplesmente inútil não ser paciente com uma criança autista, porque ficar nervoso não resolve. É inútil ser ansioso porque não tem como prever o que será do futuro dele, mas uma coisa eu garanto: ele me surpreende a cada dia.



Eu tento todos os dias lembrar disso, que eu tenho que ser grata, por cada avanço, por cada palavra e abraço e por ele ter me escolhido para viver essa incrível jornada terrena.
E um dia esse espírito nobre, guardando em uma mente pura e incorruptível vai se mostrar a mim e nesse dia eu vou poder agradecer ainda mais por ele ser meu e por ele ter me levado mais perto de Cristo, me purificando, me fortalecendo, me lapidando, me ensinando...

SOU GRATA POR TER UM FILHO AUTISTA!




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