sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

"As dores e as alegrias da amamentação" por Evelise Toporoski Domingues

O post de hoje é de autoria de uma amiga minha da época de conferência de jovens, a Evelise, roubado do blog dela - Papo de Família -  com sua permissão, é claro, para o Maternidade SUD.

A maternidade veio para nós com poucos meses de diferença e, além de membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e jornalista, ela é esposa e mãe do Rafael, um menininho charmoso de olhos azuis.

Eu não sei o quanto ela sabe (senão vai ficar sabendo agora), mas quis compartilhar porque as palavras dela foram um GRANDE E REAL alívio e me deu muito ânimo no que se diz a amamentar.



Particularmente, eu acho este assunto um pouco polêmico, visto que tem mães que não conseguem ou mesmo não querem amamentar (e na minha opinião cada uma sabe o que é melhor para si e seus filhos, ou seja, façam o que preferirem), porém... eu sempre quis MUITO dar meu próprio leite ao Mateus... mas não foi tão simples como pensei que seria.

Quem teve dificuldades nesse assunto, sabe que nem tudo é como as revistas, televisão e mesmo as especialistas dizem. Pra mim, na maternidade foi mais confuso ainda, porque cada enfermeira falava uma coisa diferente e mostrava jeitos diferentes, e não foi lá que eu consegui e meu filho aprendeu a mamar, mas sim depois de muitas tentativas e paciência dentro de casa.

Quando eu comecei, tive aquelas coisas todas de peito rachado, tive sangramento e até uma provável mastite (até tive um pouquinho de febre e dor 1 semana depois do nascimento) e a cada mamada - ou seja, aquele intervalo de 2 a 3 horas - eu pensava "como essa mulherada aguenta essa dor o dia todo?" E pomadas, passar o próprio leite no bico para hidratar e outros truques pareciam que não funcionavam.

Daí a gente aproveita a soneca do menino pra ver se tem algo que ajuda na internet, e só davam todas aquelas mesmas coisas que especialista tal disse... nada parecia igual ao que eu estava passando, até que a Evelise escreveu esse texto. E me identifiquei tanto que resolvi não desistir... minhas dores duraram quase 2 meses e de repente, as coisas melhoraram e tudo ficou fácil, até demais! Amamentei meu pequeno até 1 ano e 1 mês. Por ele, acho que ia mais, porém eu parei por opção própria, mas fiquei feliz por ter conseguido ter feito isso durante este período.


Eis o texto que tanto me ajudou. Eu entendo porque algumas desistem... a dor realmente é complicada, mas se você está nessa fase, quer muito amamentar, e tem dificuldades (espero que não), fique firme, isso passa!

Ps. A Evelise ainda amamenta seu menino de 1 ano e 7 meses!

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"Faz tempo que eu precisava falar sobre isso. Enquanto você está grávida poucas pessoas dão instruções sobre amamentação – o povo só fica te apavorando sobre o parto (compartilharei minha opinião sobre isso em outro momento).
Sempre tive um desejo enorme de amamentar, acho bonito, um gesto de carinho e proteção ao bebê, mas eu tinha a imagem que seria sempre assim:
Imagem

Eu diva, calma, sorridente, maquiada e amamentando… mas no começo nem tudo são flores.
Minhas dificuldades
Depois da cesárea fui para o quarto e esperei o bebê chegar para tentar amamentar. Fiquei com medo que não tivesse leite, pois enquanto gestante não saiu líquido nenhum dos meus seios.
Quando o Rafa chegou no quarto coloquei no seio e fiquei esperando a ‘mágica’ acontecer, mas nada. Ele estava meio sonolento, então deixei que dormisse mais um pouco. O hospital tem uma enfermeira apenas para instruir sobre como amamentar. Ela apertou o bico do meu seio (sim, doeu muito!) e disse que eu tinha leite. Saiu uma gotinha de colostro, que era transparente e não parecia um leite! 
A senhora muito querida disse que ele ainda não sabia sugar e que eu teria que estimular colocando meu dedo mínimo no céu da boca dele para dar certo. Mesmo assim, ele não pegava corretamente e mamava muito pouco, muitas vezes engolindo ar. Eu passei o dia tentando amamentar e quase nada acontecia. Eu estava cansada e frustrada em perceber que não era tão simples. 
Ainda no hospital foi dado Nan para o Rafael e eu fiquei com medo de que ele me trocasse por aquela latinha cara. Eu via as outras mães que tiveram filho no mesmo dia que eu super amamentando felizes e eu ainda sem entender o que estava acontecendo.
Na alta com a pediatra neonatal falei sobre a minha dificuldade em amamentar e aí começou uma sessão de tortura. Ela pediu para mostrar como eu fazia e disse que estava errado. Apertou por uns 10 minutos o bico dos meus seios, puxou, apertou, puxou, apertou, sério, fiquei com vontade de bater nela… até que a ‘mágica’ aconteceu – ele sugou e eu amamentei de verdade! A doutora disse que o bico do meu seio era curto, mas que com insistência eu conseguiria amamentar.
Eu teria que me torturar em casa, sozinha – começava mais um o desafio. Além de estar na fase de puerpério, chorando e me irritando por qualquer coisa, cada mamada para o Rafael começava meia hora antes. Eu puxando bico, passando dedo na boca dele, tentando encaixar. Às vezes dava certo, outras não. Por isso, meu seio começou a rachar.
Que dor!
Para mim, estas foi uma das dores mais intensas que senti. Eu tinha que alimentar meu filho, mas para isso, teria que suportar aquele mal-estar a cada duas horas. No hospital eu ganhei amostra grátis de uma pomada a base de lanolina para ajudar, também passei o próprio leite no seio, é o que instruem nas Unidades de Saúde.
Não peito chegou a sangrar, mas também não tinha tempo de cicatrizar e passei acho que um mês com esta dor terrível.
Nesta época eu fui em um salão de beleza retocar as luzes, fazer unha e ouvi várias mulheres contando que tiveram o mesmo problema. Algumas pessoas me indicaram passar casca de banana no seio, claro que não fiz! Ouvi também de outra que desistiu de amamentar por causa dessa dor e começou a introduzir alimentos no bebê aos três meses porque ‘o Nan era caro’. Enfim, ouvi vários absurdos!
Os melhores conselhos ouvi foram da minha mãe e da minha cunhada Camila. Elas sempre tiveram ao meu lado e todos os dias me ligavam para saber como estava a amamentação. Minha mãe disse ‘seu seio vai ficar acostumado e o Rafael mais esperto e vai parar de doer quando você menos esperar’. Sim, isso aconteceu!!
Hoje ele é super esperto pega corretamente de primeira e suga muito bem, tanto que tem ganhado mais de um quilo por mês e é o orgulho do pediatra!!
Agora eu amamento com prazer e sem dor, posso até tirar foto diva igual a Claudia Leite. 
Só contei a minha história para dizer com propriedade que amamentar não é fácil, mas vale muito à pena. Mesmo que doa insista, porque vai passar! Na época encontrei pouco material na internet sobre o assunto, só histórias terríveis que me deixaram assustada. Tomara que meu relato possa ser uma ajuda positiva.
Respeito as mulheres que não puderam amamentar ou por algum motivo tem que dar complemento ao bebê. Cada um escreve uma história e todo esforço para ter um bebê saudável é válido.
Me identifiquei
Um belo dia eu estava amamentando e assistindo o programa Encontro da Fátima Bernardes, aí a Chris Nicklas (eu adorava ela na MTV) apresentou um projeto sobre amamentação. Ela amamentou gêmeos e mostrou no programa uma foto toda descabelada com os dois! Eu me emocionei assistindo o que ela falou, me identifiquei muito! Clique aqui e assista também! 
E você como foi sua experiência com a amamentação?"


3 comentários:

  1. Posso dizer com certeza que meu maior medo não é o parto! O que mais tem apavorado minha cabeça é essa história da amamentação :(
    Nunca cogitei não amamentar meus filhos, e sempre pensei "ah, dá pra tirar de letra". Até ver mães com recém nascidos sofrendo, chorando, frustradas e desanimadas. Não dá para generalizar, algumas são bem Cláudia Leitte, haha! Mas a grande maioria sofre mesmo! E é exatamente isso: as que conseguiram e conseguem amamentar, em sua maioria, pagaram um preço doloroso - literalmente - para poder ter essa recompensa.
    O que me conforta é que nosso corpo foi feito para a maternidade, e uma hora dá certo!
    Acho que vou ter que voltar aqui para me reconfortar depois que a Elisa nascer e eu começar a me desesperar!
    Adorei o tema!
    Ah, uma sugestão: você poderia um dia fazer um post sobre o que acha de visitas na maternidade? Tenho a impressão de que elas atrapalham demais, ainda mais quando a mãe está naquele mar de hormônios enlouquecidos e não sabe amamentar ainda!

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  2. Vou contar um segredo. Pra mim tambem foi muitoooo dificil amamentar! Meu bico rachou, sangrou, tive mastite, meu bico do seio sumiu, pois eu tinha muito leite, isso que eu usei concha e "preparei o seio". Meu primeiro filho era prematuro, TINHA que mamar de 2 em 2 horas ou voltava pro hospital e o outro nao pegava o seio de jeito nenhum. Tentei bico de silicone. Eles tambem nao pegaram! Conta pra Eve que no meu desespero eu passei casca de babana! rsrsrs Tambem passei a pomada que me deram o hospital e comprei mais duas diferentes na farmacia! Tomei banho de sol sem roupa deitada no chao do ap, porque ninguem podia ver! rsrsrs Tomei "banho de sol" do abajur! rsrsr E vou contar outro segredo! Com cada filho foi diferente! Mas no terceiro eu descobri uma ong incrivel chamada PROAMA!!!!!!!!! Ela me ajudou tanto! E enfim com meu terceiro filho meu seio nao rachou desde o começo e nao doeu desde o começo! rsrsrs :)))))))) Tipo a claudia leite diva! rsrsrs Mas tambem fui la no dia que sai do hospital! rsrsr Sera que eu estava com medo?!
    Ela fica situada na rua Jaime Reis, 331, e também pelos telefones 3225-6407 e 33213229; atendimento 24 horas pelo celular 9951-3987. Ela realmente atende o celular a qualquer hora do dia e da noite! Eu liguei la do hospital, num fim de semana! hehehehe
    É realmente dificil, mas pode dar certo. Nesses dias dificeis ouvimos e lemos historias ruins, parece que nunca vai passar, que as coisas nao vao melhorar! Mas da certo, temos que descobrir como NOSSO corpo é feito e como o NOSSO bebe mama. E de repente tudo fica bem e ai sim podemos dizer que é uma delicia amamentar e nos sentirmos taooooo proximas e ligadas aos nossos filhos!

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