quarta-feira, 20 de maio de 2015

Honestidade: não perder a oportunidade de ensinar nossos filhos

Como membros da Igreja, aprendemos a ser honestos. Para mim, é algo extremamente valioso. Nem sempre fácil, mas acredito que, se aprendido desde cedo, fica mais simples, e recompensador à todos.

Com nossos filhos, acredito que seja muito importante duas coisas: ser honestos COM eles, e mostrar-lhes EXEMPLOS de honestidade. Isso pode exigir até algum trabalho. Quero ilustrar isso com 2 exemplos de minha família.

Meus tios visitaram uma feira de livros certa vez com minha prima em um local distante de casa. Ela tinha cerca de 3 anos. Eles pararam em um stand de livros infantis, compraram alguns e retornaram. Quando chegaram, viram que havia um livro a mais com os demais. Inocentemente minha prima explicou que escolheu um para ela e colocou com os outros.

Ninguém saberia, já era tarde e longe, mas meus tios tomaram uma decisão: explicaram à ela que só podemos pegar coisas que pagamos nas lojas, e por isso, todos eles iriam novamente à feira apenas para pedir desculpas e devolver o livro. Assim foi feito, o vendedor ficou surpreso e até mesmo disse que ela poderia ficar com o livro, mas meus tios disseram não, e que isso era importante para aprender o princípio que aquilo envolvia.

No meu caso, minha mãe sempre foi muito enfática na questão "se vier algo a mais, devolva" e escutei isso desde criança. O troco, um pacote, um produto. Achar-se mais esperto por conseguir ganhar algo em cima de alguém é errado e ponto. Cresci com esse pensamento.

Muitos anos depois, quando estava no cursinho, uma vez por semana tinha uma promoção de sanduíches, e geralmente eu almoçava entre amigos mas apenas 1 de nós comprava para todos, evitando aumentar a fila. Em um dia em que eu fiz a compra, pedi 6 sanduíches, e na hora de conferir, vi que tinha 7. Rapidamente e quase sem pensar (era algo óbvio na minha cabeça), devolvi um, para desespero de meus colegas. Pareciam não entender que eu "tinha dado sorte" mas simplesmente falei que era honesta. Eram vários colegas, mas um deles me olhou, não disse nada, mas entendi algo como "ainda existem pessoas honestas". Ele me respeitou muito mais depois desse dia... por causa de um sanduíche.

Tem uma história que um jovem olha para um lado e para o outro tentando pegar algo, quando a pessoa que está com ele diz "você se esqueceu de olhar para cima". Já bastaria saber que Deus sabe todas as coisas. Mas, além disso, acredito na honestidade dentro da família, e que isso forma um elo de confiança entre pais e filhos, e por isso, ela deve ser praticada desde sempre.

.

Sabemos que há fases - depois dos filhos mais crescidos - em que os filhos podem não ser completamente honestos com os pais, mas realmente acredito que será muito mais difícil disso acontecer se os pais sempre forem honestos com os filhos, cumprindo TODAS as promessas feitas: desde um brinquedo que a criança pediu até contar a verdade sobre uma situação delicada da família. Elos de confiança são difíceis de construir e facílimos de se quebrar, e como pais, acredito que nós temos que tomar MUITO cuidado com o que falamos e prometemos. Mesmo que seja algo banal, como pegar uma bala de uma lanchonete, ser desonesto nunca será um bom caminho.

E como sabemos, o exemplo grita perto de mil palavras. Nossos filhos costumam imitar nossas atitudes, e algumas ficam muito marcadas. O exemplo de meu tio já aconteceu faz alguns anos,  mas me marcou de tal maneira... espero um dia ser assim também aos meus filhos e não deixar oportunidades assim passarem.

Como está a honestidade dentro da nossa família? Praticada ou não, sempre é possível refletir e mudar, e assim... criar mais um elo no lar além do amor, o da confiança, que sempre será essencial.

Nenhum comentário:

Postar um comentário